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Construção Simbólica (Panteão) 

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A produção da série Cavernas coincide com minha mudança para Kuala Lumpur, na Malásia. Nesse sentido ela também evoca questões de relocação, de adaptação a uma nova realidade, nova circunstância de vida. Adaptar-me, adaptar a família, as crianças. Ser porto-seguro, rocha sólida, entender o momento como propício à reflexão, um mergulho interno necessário para reorientações, revisões, recomeços. A caverna aqui também funciona como abrigo, como lugar de proteção. Momento de lamber as crias e as feridas; momento de gestação de novas produções. É desse lugar que passo a falar, dada a intensidade da experiência, do confronto com o outro, que é diferente, e que faz remexer um sistema de crenças e de estruturas internas, e provoca minha capacidade de absorção e de síntese cultural. 

 

Absorção, síntese, conexão. 

Correlação.

 

Os povos originários da Malásia são também guardiões da terra, das águas, da floresta. Encarnam eles mesmos as forças da natureza e de seus ciclos de criação
e destruição. Venho procurando relacionar suas práticas com aquelas da Umbanda, no Brasil, que por sua vez tem fundamento na mitologia africana. Como regiões tão distintas se correlacionam tendo em vista a prática artesanal, ritual? É nesse contexto que balbucio, a partir da criação de uma simbologia narrativa de colisões, encontros, fricções e descobertas. 

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